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DESERTO BAIANO

Foto do escritor: Coletivo AtivistaColetivo Ativista

Desertificação ameaça o Platô de Irecê:


Ministério do Meio Ambiente recebe pedido de ação urgente para recuperação de áreas degradadas



A região do Platô de Irecê, na Bahia, enfrenta um crescente processo de desertificação que ameaça a biodiversidade, a agricultura familiar e a subsistência de milhares de pessoas. O cenário alarmante foi destacado pelo Ofício Nº 7091/2024/MMA enviado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), solicitando providências urgentes para a recuperação da área degradada na Microbacia do Rio Baixão Veredinha.


O documento, assinado pelo Chefe de Gabinete da Ministra do Meio Ambiente, Daniel Pinheiro Viegas, foi enviado em 6 de Setembro de 2024 ao Gabinete da Diretora Geral do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos representado por Maria Amélia de Coni e Moura Mattos Lins e Welton Luiz Carlos Rocha, em resposta ao pedido do Coletivo Ativista, que solicita a recuperação ambiental da área. A desertificação no Platô de Irecê, intensificada pelo manejo inadequado do solo, desmatamento e pelas mudanças climáticas, tem transformado a paisagem local em uma terra árida e improdutiva.



A Crise Ambiental no Platô de Irecê


A desertificação no Platô de Irecê é uma das mais graves do estado da Bahia. O solo, antes fértil e produtivo, está se tornando infértil, agravando a escassez de água e comprometendo a capacidade agrícola da região. Estima-se que mais de 27% do território baiano já esteja em processo de desertificação, com o Platô de Irecê sendo uma das áreas mais afetadas.


A Microbacia do Rio Baixão Veredinha, foco da solicitação de recuperação, perdeu grande parte de sua vegetação nativa e vem sofrendo com a erosão e o esgotamento dos recursos hídricos. Esses fatores afetam diretamente a população local, composta em sua maioria por pequenos agricultores que dependem da terra para sua subsistência.



O Ofício do Ministério do Meio Ambiente


No Ofício Nº 7091/2024/MMA o Ministério do Meio Ambiente encaminha ao Inema a solicitação do Coletivo Ativista, apontando que a responsabilidade pela resposta e ação cabe às autoridades ambientais do estado da Bahia. Embora o governo federal reconheça a gravidade da situação, é afirmado que a competência de gestão da área é estadual. A recuperação da vegetação nativa e o manejo sustentável do solo são vistos como ações essenciais para reverter o processo de degradação ambiental.



Impactos para a População Local


A desertificação não afeta apenas o meio ambiente, mas também as condições de vida da população local. Com o solo cada vez mais árido, a agricultura familiar, principal atividade econômica da região, está comprometida. O esgotamento dos recursos naturais também agrava a insegurança hídrica, forçando muitos agricultores a abandonar suas terras em busca de melhores oportunidades em outras regiões.


Além disso, o avanço do deserto impacta diretamente na biodiversidade local, com a perda de espécies nativas e a degradação dos ecossistemas. A falta de vegetação compromete a recarga dos lençóis freáticos, agravando a escassez de água em um cenário já caracterizado pela seca intensa.



A Urgência de Ação


Diante da gravidade da situação, especialistas em meio ambiente apontam a necessidade urgente de implementação de políticas públicas para frear a desertificação.


A adoção de práticas agrícolas sustentáveis, o reflorestamento com espécies nativas e a proteção dos recursos hídricos são algumas das medidas que podem ajudar a mitigar o problema.


A articulação entre os governos federal e estadual, juntamente com as prefeituras dos municípios atingidos, organizações da sociedade civil e as próprias comunidades locais, será fundamental para o desenvolvimento de um plano de ação eficaz.


Além disso, a mobilização de recursos financeiros e técnicos, como linhas de crédito específicas para a recuperação ambiental, é essencial para garantir o sucesso das iniciativas de revitalização da área.


A desertificação no Platô de Irecê é um alerta sobre a vulnerabilidade ambiental do semiárido baiano. O avanço dessa crise requer respostas rápidas e coordenadas entre todos os níveis de governo e sociedade civil. 



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